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Agricultura regenerativa

Na prática, esse mercado já atraiu investimentos substanciais em startups que combinam agronomia, machine learning e plataformas de financiamento. AgriWebb, que fornece software para gestão de gado e integração de dados de fazenda com marcas, captou US$7,2 milhões para escalar sua plataforma e conectar dados locais a compradores globais; Klim, adepta da agricultura regenerativa, levantou cerca de US$22 milhões para expandir sua solução que facilita a transição de fazendas para práticas regenerativas e integrações com compradores e instituições financeiras. Esses aportes mostram que investidores enxergam valor em tecnologia que resolve o nó da implementação em campo — desde a coleta de dados com baixo custo até a validação de práticas regenerativas que sustentem provas de impacto.
Parcerias entre ONGs, spin-outs acadêmicos e empresas privadas ilustram como tecnologia e ciência caminham juntas: a Earthworm Foundation e a spin-out da Universidade de Oxford, Nature-based Insights, anunciaram uma colaboração para quantificar impactos de biodiversidade de soluções baseadas na natureza e estão testando modelos de agroflorestas em cadeias de borracha com a Reckitt na Tailândia, Malásia e Indonésia. Projetos assim demandam ferramentas que integrem sensoriamento remoto, modelagem de biodiversidade e cadeias de custódia digitais para garantir que ganhos ambientais sejam credíveis e atribuíveis ao investidor certo dentro do escopo 3.
Ainda assim, a transformação tecnológica não impede riscos reputacionais e metodológicos. Relatórios independentes têm advertido que insetting pode ser apropriado como etiqueta para práticas que não comprovam adicionalidade ou permanência, replicando problemas observados no mercado de offsets. O Corporate Climate Responsibility Monitor e análises de ONGs destacam preocupações sobre dupla contagem, remoções biológicas não permanentes e a necessidade de metodologias robustas para causalidade e atribuição — áreas onde verificabilidade técnica e governança digital são essenciais. Isso exige produtos que entreguem transparência auditável: ledgers imutáveis, integração com padrões emergentes e métricas interoperáveis para evitar overclaiming.
A resposta regulatória e de certificação está surgindo em paralelo. Organismos como a Verra estão desenvolvendo um padrão de Scope 3 para certificar intervenções em cadeias de valor, enquanto iniciativas privadas e grupos como a Science Based Targets Initiative oferecem orientações que condicionam metas corporativas a evidências claras de redução. Regulamentações em formação, como a regulação europeia sobre remoções e agricultura de carbono, devem acelerar a demanda por tecnologias de mensuração padronizada e por serviços de compliance digital que integrem dados de campo com relatórios corporativos. Para startups, isso significa oportunidades em compliance-as-a-service, orquestração de dados e ferramentas de verificação baseadas em dados geoespaciais e fluxos de pagamento inteligentes.
Modelos de adoção bem-sucedidos mostram que a combinação entre suporte financeiro direto (prêmios de preço, subsídios ou investimentos em equipamentos) e assistência técnica local é o ponto de partida para escalabilidade. Empresas como a Nestlé já promovem programas que combinam incentivos econômicos e capacitação para produtores — iniciativas que se beneficiam de plataformas que automatizam rastreamento de insumos, pagamentos condicionados a práticas sustentáveis e relatórios de impacto. Tecnologias que reduzam o custo de verificação no tempo (por exemplo, modelos que aprendem com sensores e imagens para estimar práticas regenerativas) podem tornar economicamente viável o acompanhamento de milhares de pequenos fornecedores.
Para o ecossistema de inovação, o desafio é claro: construir soluções que traduzam ações locais em provas globais de impacto, que sejam financeiramente atraentes para agricultores e aceitáveis para auditores e reguladores. Produtos vencedores combinarão automação de dados, interfaces de confiança para múltiplos stakeholders, instruções práticas de adoção no nível da fazenda e mecanismos financeiros integrados. A urgência das metas de 2030 e a crescente pressão por credibilidade criam um mercado no qual tecnologia, ciência e governança convergem — e onde a melhor inovação será aquela que transformar a complexidade da paisagem em serviços escaláveis, auditáveis e que de fato melhorem rendas e resiliência no terreno.
Fontes: International Platform for Insetting (IPI). IPI; Earthworm Foundation press release on partnership with Nature-based Insights (Dec 12, 2024). English; Reuters article summarizing recent insetting developments (Jan 28, 2025). Reuters; AgriWebb funding reports. thesaasnews.comiGrow News; Klim Series A coverage. TechCrunchklim.eco; NewClimate Institute / Corporate Climate Responsibility Monitor 2023 (criticisms re: insetting/offsetting). newclimate.org+1; Verra Scope 3 Standard program. Verra; Nestlé Income Accelerator and related programs. Nestlé+1; PUR Projet commentary on nature-based trends. PUR; Conservation International / Abatable piece on insetting principles. Abatable