Blog

​MCTI garante R$ 12,1 bilhões pelo Novo PAC e aposta em ciência de ponta no Brasil


Em 25 de setembro de 2025, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou a destinação de R$ 12,1 bilhões ao programa federal Novo PAC, com o objetivo de fortalecer a infraestrutura científica e projetos estratégicos no país. A maior parte desses recursos será direcionada a grandes empreendimentos estruturantes, como o acelerador de partículas Sirius (Fase 2), o Laboratório Órion (NB4), o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e um novo supercomputador para inteligência artificial (IA).

O volume do investimento mostra a prioridade do governo em transformar ciência e tecnologia em motores de desenvolvimento econômico e em garantir soberania tecnológica. Projetos como o Sirius e o RMB têm potencial direto para gerar avanços em saúde, indústria, energia e pesquisa básica, áreas que demandam longo prazo e financiamento consistente.

O Sirius, por exemplo, receberá recursos para ampliar sua capacidade e criar novas estações de pesquisa, permitindo experimentos mais complexos em materiais, biologia estrutural e nanotecnologia. O Projeto Órion prevê a construção do primeiro laboratório de biossegurança nível 4 (NB4) da América Latina, integrado a uma fonte de luz síncrotron, tornando possível estudar patógenos de alta periculosidade em infraestrutura nacional e reduzindo a dependência externa. O Reator Multipropósito Brasileiro será utilizado em medicina, indústria e agricultura, garantindo maior autonomia na produção de radioisótopos, enquanto o supercomputador, inserido no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), ampliará a capacidade de modelagem climática, análises em saúde e projetos de IA de larga escala.

Além dos grandes centros, aproximadamente R$ 4,6 bilhões serão aplicados em infraestrutura científica para universidades e institutos, na expansão das infovias da RNP, no fortalecimento do Cemaden para monitoramento e alertas de desastres naturais, e em iniciativas de autonomia tecnológica para a defesa. Esses investimentos buscam descentralizar a pesquisa científica e reduzir desigualdades regionais, com atenção especial ao Nordeste.

O impacto esperado a curto e médio prazo inclui fortalecimento da pesquisa aplicada, maior capacidade de resposta a crises de saúde, avanço em inteligência artificial e modelagem climática, e a ampliação da inclusão científica em regiões historicamente menos atendidas. Apesar das perspectivas promissoras, a execução dos projetos exige governança rigorosa, manutenção contínua de infraestrutura complexa e atenção a normas internacionais de biossegurança e não proliferação.

O aporte de R$ 12,1 bilhões pelo Novo PAC representa, portanto, um movimento estratégico para consolidar o Brasil em áreas científicas de ponta. Se executados com transparência e planejamento, os projetos podem ampliar a soberania tecnológica, gerar conhecimento aplicado e impulsionar cadeias produtivas de alto valor agregado no país.